E eu me sinto tão vazia
Diante da torneira pingando na pia
Entregue ao ócio do lar tão vazio
Das portas trancadas não sai nem um pio
Me afundo no poço das velhas perguntas
O peso do corpo magoa as juntas
Vou despedaçando as velhas lembranças
Das tempestades que nunca conheceram bonanças
Mergulho a cabeça no mar da derrota
Me sinto um samba de uma só nota
Esmago os pedaços de uma melodia
E rasgo as cortinas no raiar do dia
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