Às vezes eu não consigo dormir, com fome.
Fome de palavras bonitas e avassaladoras, com as quais eu possa me identificar, sofrer junto, ter uma merda de uma catarse.
Tenho orgasmos com as palavras bonitas e avassaladoras. Quero transcender, entrar no papel, pegá-las, abraçá-las, beijá-las.
"Vocês são minha alma gêmea", eu diria. "Nunca me identifiquei tanto com alguém. Nunca me emocionei tanto com alguém. Ninguém nunca me refletiu tão bem".
Quero me casar com as palavras bonitas e avassaladoras. Sei que elas não me decepcionarão, não me trairão, não me deixarão. Sei também, contudo, que não virão atrás de mim, perdidamente apaixonadas.
É isso que eu amo nas palavras bonitas e avassaladoras. Elas são ideias fixas, perfeitas, imutáveis, para as quais eu posso ficar eternamente olhando. Tendo catarses. E orgasmos. E elas não me olharão de volta.
Só gosto dos poemas porque estão tão próximos.
Só gosto dos amores porque estão tão longe.
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