domingo, 5 de julho de 2009

The Breakfast Club

“A pergunta crucial numa relação é: ‘você quer tomar café-da-manhã com essa pessoa?’ qualquer imbecil pode dizer ‘vamos para a cama...’ Mas o café da manhã, a conversa...”
Nesses dias atribulados de viver na minha cabeça, essa frase do Gay Talese caiu como uma luva. Num domingo de manhã em que eu, contrariando todos os meus costumes de enjôo matinal... tomei café. Abri o jornal e lá estava ela, me fazendo entender toda a somatização e nojinho que eu estava tendo. O café da manhã é a cereja do bolo, cuja massa é feita de conversas e garrafas de cerveja no chão, o recheio, de lençóis e a cobertura, dos pés e cabelos misturados. Se você não ta a fim da cereja, melhor ir dizendo tchau pra tudo que veio antes dela.
Nessa mesma manhã, fui ler High Fidelity e dei de cara com uma parte que a Marie diz para o Rob “When I said before that I hoped it wasn’t the end of the evening I was, you know... Talking about breakfast and stuff. I wasn’t talking about another whiskey and another ten minutes of shooting the shit. I’d like it if you could stay the night”. E alguns dias antes eu estava vendo um episódio de Sex and the City, em que a Carrie dorme na casa do Alexander e na manhã seguinte ele faz panquecas para ela. Depois ela fica se perguntando se ele faz aquilo para todas. Depois de tanto tempo desprezando a refeição dos Sucrilhos Kellog’s, agora eu vejo como ela ta em todo lugar. É só andar pelas ruas do Leblon pra ver o Cafeína lotado, o Talho Capixaba com espera... Todo mundo querendo começar o dia com alguma coisa especial.
De agora em diante minha busca pela alma gêmea vai ser baseada no quanto eu estarei disposta a dividir uma omelete com alguém ou se eu quero que essa pessoa coloque granola no meu iogurte. Nem que eu precise fazer uma terapia anti enjôo matinal. Vamos vestir a camisa do café da manhã. Ou, quem sabe, a camisa do cara para tomar café da manhã no dia seguinte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário